A decoração é uma grande paixão que tenho mas não é a única. Outra das minhas grandes paixões é viajar. Tenho a imensa sorte de já ter viajado bastante. Cada bocadinho de mundo que vi contribuiu muito para a formação daquilo que sou. E a minha consciência histórica também, que sou um produto do meio e das tradições passadas de geração em geração.
Esta semana comemora-se o 66º ano da consagração do Estado de Israel e, mesmo não tendo escrito isto no próprio dia, não posso deixar passar esta data tão importante em branco.
Dia 6 de Maio de 1948 cumpriu-se o sonho da criação, oficial, de Israel enquanto Estado soberano e independente, depois de anos de negociações com as Nações Unidas e de uma série de manobras políticas.
A criação de Israel, como quase toda a sua história, não foi pacífica mas foi motivo de grande felicidade para milhões de pessoas no mundo inteiro. E de ódio para outros tantos milhões mas de ódios não vale a pena falar., não contribuem em nada para a felicidade e o bom desenvolvimento dos povos.
Israel é um país fantástico, que já conheço muito bem. Já estive de norte a sul, vi cidades modernas e cidades antigas e em ruínas, vi mares e deserto, vi tanta gente bonita e de bem com a vida. Os israelitas são dos povos mais felizes do mundo, mesmo vivendo constantemente em situações de perigo. Mas esse perigo não os define nem os condiciona. Pioneiros numa série de áreas das ciências, criadores imbatíveis, um dos países com o maior número de prémios Nobel atribuídos.
Se para muitos Israel é Jerusalém, para mim Israel é o Neguev. O deserto.
E hoje apetece-me mostrar-vos o Neguev, porque acredito que a maioria dos portugueses nunca lá esteve ou pensa sequer estar.
Eu há anos atrás, com 22 anos (e completamente descabelada) depois de mais uma noite a acampar no deserto |
Fronteira com o Egipto |
Sendo eu uma pessoa que gosta muito de coisas bonitas, várias vezes perguntam-me porque gosto tanto do deserto. É que consigo encontrar aqui uma beleza única que não vemos igual muitas vezes. O Neguev tem o céu mais bonito do mundo, cheio de estrelas cadentes. Não é o deserto comum, de areia, como o Sahara. É rochoso e muitíssimo árido. Escalar aqui e caminhar é extremamente difícil e eu fi-lo, desde o seu início em Bersheba até ao sul em Eilat. A pé, durante semanas, de mochila às costas. De noite acampava, sem tenda, apenas saco cama e fogueira, para afastar os animais. Aqui não há conforto, não há casas de banho. Há paz e introspecção. E isso é tanto...
Bom fim de semana!
Maria Arie
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